A indústria robótica da China está a registar um crescimento explosivo, marcado por demonstrações virais de robôs humanóides que realizam acrobacias como dançar, boxear e até correr maratonas. O recente escrutínio público, exemplificado por uma empresa que foi forçada a desmantelar um dos seus robôs no palco para provar a sua natureza mecânica, realça tanto o entusiasmo como o cepticismo em torno desta rápida expansão.
A ascensão da robótica chinesa
As empresas chinesas estão inundando o mercado com robôs capazes de imitar movimentos humanos e realizar tarefas básicas. No entanto, estas máquinas muitas vezes carecem da sofisticação necessária para aplicações complexas do mundo real atualmente manuseadas por trabalhadores humanos. Apesar disso, mais de 150 fabricantes competem por quotas de mercado, o que levanta preocupações sobre uma potencial bolha.
Pequim alertou oficialmente sobre o risco de redundância excessiva, afirmando que a indústria corre o risco de uma enxurrada de “produtos altamente repetitivos”. Esta situação reflecte surtos anteriores em sectores como os veículos eléctricos, onde a China perseguiu agressivamente o domínio inicial.
Liderança Global e Transformação de Fábrica
A China é hoje o maior consumidor mundial de robôs industriais, superando todas as outras nações juntas. Fábricas em todo o país adotaram a automação, implantando robôs para tarefas como soldagem de peças de automóveis e manuseio de logística. A presença de robôs também está se tornando cada vez mais visível em espaços públicos.
Os robôs agora são comuns em hotéis que prestam serviço de quarto, em aeroportos que fazem manutenção de andares e em campi universitários que cuidam de entregas de pacotes. Nas Olimpíadas de Inverno de 2022, os robôs até cozinharam e serviram comida em cantinas.
A abordagem de “atacar primeiro”
De acordo com Lian Jye Su, analista-chefe da Omdia, a estratégia da China é adoptar agressivamente novas tecnologias, levando a uma intensa concorrência entre os fornecedores por uma quota de mercado limitada. Isto reflecte a abordagem da China aos VE, onde a rápida expansão foi seguida de consolidação.
A questão principal não é se a China pode fabricar robôs, mas se o mercado irá sustentar este nível de produção, dado o estado actual das capacidades tecnológicas e das realidades económicas.
O actual boom da robótica na China é um sinal da sua ambição na produção de alta tecnologia, mas a sustentabilidade a longo prazo deste rápido crescimento permanece incerta. A indústria enfrenta o desafio de converter o hype em valor do mundo real antes que ocorra uma possível correção.





























