A verificação de idade é mais rigorosa em toda a Europa: como os países da UE estão restringindo o acesso a conteúdo adulto

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Os países europeus estão a intensificar os esforços para proteger os menores online, sendo agora aplicadas medidas mais rigorosas de verificação da idade para websites adultos. A Itália é o último país a exigir estas verificações, exigindo que as plataformas pornográficas verifiquem a idade dos utilizadores através de serviços de terceiros – incluindo envios de identidade governamental – independentemente da localização do site. Esta medida faz parte de uma tendência mais ampla em toda a UE, levantando questões sobre a privacidade dos dados, a eficácia e o futuro do acesso online.

O crescente impulso europeu para a verificação de idade

Durante anos, as preocupações com a segurança das crianças online levaram a medidas legislativas em toda a Europa. A atual onda de fiscalização marca uma escalada significativa, indo além das simples declarações de idade para processos de verificação obrigatórios.

Por que isso é importante: A mudança reflete uma crescente pressão social e política para combater a exploração infantil e a exposição a conteúdos nocivos. No entanto, também levanta sérias preocupações sobre a segurança dos dados, o potencial de abuso e os desafios práticos da implementação de uma verificação eficaz da idade em grande escala.

Medidas Específicas do País

França: Em 2024, a França aprovou uma lei que autoriza o seu regulador, a Arcom, a impor multas pesadas (até 150.000 euros ou 2% do volume de negócios global, aumentando em caso de reincidência) e até bloquear sites pornográficos não conformes. Aylo, controladora do Pornhub e do Redtube, bloqueou brevemente os usuários franceses em resposta, antes de restaurar o acesso.

No entanto, uma análise independente da AI Forensics revelou que alguns serviços terceirizados de verificação de idade que operam na França compartilhavam dados de usuários com terceiros ou eram facilmente contornados com pequenos ajustes de código.

Espanha: Introduziu uma lei de 2022 que exige que as plataformas verifiquem a idade antes de permitir o acesso a conteúdo prejudicial, incluindo pornografia. A Espanha também tem vindo a desenvolver ferramentas de identificação digital, como a aplicação MiDNI, para verificação da idade em tempo real. O projeto de carteira Cartera Digital Beta, projetado para gerar chaves de verificação mensais, está atualmente aguardando aprovação de proteção de dados.

Alemanha: requer verificação robusta da idade digital, indo além da simples autodeclaração. As plataformas devem implementar salvaguardas, incluindo filtros controlados pelos pais, e nomear responsáveis ​​independentes pela proteção dos jovens. Os infratores enfrentam multas de até € 500.000. Em 2023, as autoridades alemãs proibiram Aylo por violar as leis de verificação de idade, citando a priorização dos lucros da empresa em detrimento da proteção infantil.

Itália: O último país a impor uma verificação rigorosa da idade, exigindo que as plataformas pornográficas verifiquem a idade do utilizador através de serviços de terceiros, incluindo envios de identificação governamental, independentemente da localização do site.

Projecto piloto a nível da UE: uma abordagem unificada?

A União Europeia está a testar um mecanismo unificado de verificação de idade concebido para ser robusto, fácil de utilizar e que preserva a privacidade. Este sistema acabará por se integrar com carteiras de identidade digital, obrigatórias para todos os Estados-Membros até 2026. Aplicações de verificação autónomas, já em vigor na Dinamarca, França, Espanha, Itália e Grécia, também poderão ser integradas.

A questão permanece: Será que um sistema centralizado à escala da UE consegue equilibrar a verificação eficaz da idade com a privacidade do utilizador e a segurança dos dados?

Os desafios futuros

A implementação destas medidas não está isenta de obstáculos. A eficácia dos serviços de verificação de terceiros tem sido questionada, sendo alguns considerados não confiáveis ​​ou de compartilhamento de dados. O potencial de falsos positivos e o impacto nos consumidores legítimos de conteúdo adulto também continuam a ser preocupações.

Avançar: Os reguladores europeus devem encontrar um equilíbrio delicado entre a proteção dos menores e o respeito pelos direitos dos utilizadores. Transparência, medidas robustas de segurança de dados e monitoramento contínuo serão cruciais para garantir que essas políticas atinjam os objetivos pretendidos sem consequências indesejadas