Os cientistas agora acreditam que explosões breves e intensas de luz azul observadas no espaço profundo – conhecidas como transientes ópticos azuis rápidos luminosos (LFBOTs) – são causadas por eventos extremos de interrupção de maré : quando um buraco negro supermassivo consome violentamente uma estrela próxima. Estes eventos têm intrigado os astrónomos há mais de uma década, com teorias anteriores que vão desde supernovas invulgares até gás interestelar a ser engolido por buracos negros.
O que são LFBOTs?
Os LFBOTs aparecem como flashes de luz azul excepcionalmente brilhantes e de curta duração, seguidos por emissões persistentes de raios X e rádio. Mais de uma dúzia destes transientes foram detectados, mas as suas origens permaneceram obscuras até recentemente. O principal avanço veio com a observação de um exemplo particularmente luminoso, AT 2024wpp, descoberto no ano passado.
Frenesi de alimentação do buraco negro
A nova investigação sugere que quando um buraco negro destrói a sua companheira estelar, a intensa energia libertada manifesta-se sob a forma de flashes azuis brilhantes. Este processo de “perturbação das marés” não é novo, mas a escala destes eventos – envolvendo buracos negros excepcionalmente grandes – parece ser um factor crítico.
“Os LFBOTs permitem-nos abordar esta questão de um ângulo completamente diferente”, explica Raffaella Margutti, professora de astronomia na UC Berkeley. “Eles também nos permitem caracterizar a localização precisa onde estas coisas estão dentro da sua galáxia hospedeira, o que acrescenta mais contexto na tentativa de entender como terminamos com esta configuração – um buraco negro muito grande e um companheiro.”
Por que isso é importante
Compreender os LFBOTs não se trata apenas de resolver um mistério cósmico. Fornece uma nova janela para a formação e comportamento dos buracos negros supermassivos, que estão entre as forças mais poderosas do Universo. As teorias atuais sobre como estes buracos negros crescem permanecem incompletas; Os LFBOTs oferecem uma ferramenta observacional única para testar e refinar esses modelos.
As descobertas são detalhadas em dois artigos aceitos para publicação no The Astrophysical Journal Letters : ‘The Most Luminous Known Fast Blue Optical Transient AT 2024wpp: Unprecedented Evolution and Properties in the X-rays and Radio’ e ‘The Most Luminous Known Fast Blue Optical Transient AT 2024wpp: Unprecedented Evolution and Properties in the Ultraviolet to the Near-Infrared’.
Estas observações confirmam que os buracos negros continuam a moldar o universo de formas que apenas começamos a compreender. Ao estudar estes eventos extremos, os astrónomos obtêm novas informações sobre como as estrelas evoluem, como as galáxias se formam e como os objetos mais massivos existentes interagem com o seu entorno.
